Brasil Registra Mais de 440 Mil Afastamentos por Problemas de Saúde Mental em 2024

Os trabalhadores brasileiros estão enfrentando uma crise de saúde mental sem precedentes. Em 2024, o país registrou 440 mil afastamentos do trabalho causados por transtornos mentais, um aumento de 67% em relação ao ano anterior. Esse número representa o dobro do que foi visto há dez anos, mostrando que o problema só cresce. Para lidar com essa situação, empresas começam a investir em programas de prevenção e benefícios como o seguro de vida em grupo para funcionários, que hoje inclui assistência psicológica entre suas coberturas.​

O custo dessa crise é enorme. A Organização Mundial de Saúde calcula que problemas de saúde mental causam prejuízos de US$ 1 trilhão por ano no mundo todo, com 12 bilhões de dias de trabalho perdidos. No Brasil, só em benefícios pagos pela Previdência, o governo gastou quase R$ 3 bilhões em 2024. Isso sem contar outros gastos das empresas com substituições, contratações e perda de produtividade.​

Ansiedade e Depressão Lideram os Afastamentos

A ansiedade é o problema que mais afasta pessoas do trabalho, com mais de 141 mil casos em 2024. Logo depois vem a depressão, com 113 mil afastamentos, e o transtorno depressivo recorrente, com 52 mil casos. O aumento de 400% nos afastamentos por ansiedade nos últimos dez anos mostra uma mudança profunda no ambiente de trabalho brasileiro.​

A pandemia deixou marcas profundas nos trabalhadores. Muita gente perdeu parentes, enfrentou medo de perder o emprego e viu o número de separações subir 16%. Quem ficou empregado acabou sobrecarregado, tendo que fazer o trabalho dos colegas demitidos. Esse conjunto de pressões criou um cenário perfeito para o adoecimento mental.​

As mulheres são a maioria entre os afastados, representando 64% dos casos. A idade média é de 41 anos e as licenças podem durar até três meses. O psiquiatra Arthur Danila, da USP, explica que as mulheres sofrem mais porque acumulam jornadas de trabalho, ganham menos em 82% das profissões e são as principais provedoras em quase metade das casas brasileiras.​

Prevenir Sai Mais Barato

Algumas empresas já perceberam que vale mais a pena investir em prevenção do que lidar com afastamentos. A Coris Seguro Viagem notou que os atestados por problemas psicológicos aumentaram em 2022 e agiu rápido. A empresa ofereceu apoio psicológico, benefício para academia e orientação financeira aos funcionários. O resultado foi claro: menos afastamentos e um ambiente de trabalho melhor.​

Programas que funcionam incluem terapia online, grupos de apoio, treinamento para chefes aprenderem a identificar quando alguém está com problemas e horários mais flexíveis. O seguro de vida em grupo para funcionários virou uma ferramenta importante nessa estratégia. Hoje esse benefício oferece assistência psicológica sem custo extra, com acesso rápido a psicólogos qualificados. Isso ajuda a pegar o problema no início, antes que a pessoa precise se afastar por meses.​

O Que um Bom Programa Precisa Ter

Especialistas recomendam que as empresas façam uma avaliação completa dos problemas que afetam a saúde mental no trabalho. Também é importante ter canais confidenciais onde as pessoas possam pedir ajuda e um acompanhamento regular dos casos. A nova versão da NR-1, que entrou em vigor em 2025, obriga as empresas a identificarem e corrigirem situações como metas impossíveis, jornadas muito longas, assédio moral e falta de apoio.​

Quem não cumprir essas regras pode receber multas de R$ 500 a R$ 6 mil por problema encontrado. Além disso, a empresa terá que fazer um plano para corrigir a situação. Antonio Virgílio Bastos, professor da UFBA e membro do Conselho Federal de Psicologia, diz que não basta só oferecer terapia: “É necessário mexer em profundidade na forma como o trabalho está organizado e nas relações estabelecidas”.​

Isso significa revisar processos, distribuir melhor as tarefas e dar mais autonomia para as equipes. Uma cultura organizacional saudável valoriza quando as pessoas falam sobre seus problemas, reconhece o esforço dos funcionários e equilibra o que pede com o que oferece de recursos.​

Três Ações que Fazem Diferença

Psicólogo disponível: Garantir que os funcionários tenham acesso a terapia, seja online ou presencial, por meio de benefícios como seguro de vida em grupo, sem burocracia e com total privacidade.​

Chefes preparados: Treinar os gestores para perceberem quando alguém está com burnout, ansiedade ou depressão, criando um ambiente onde as pessoas possam falar abertamente sobre isso.​

Identificar os problemas: Fazer um mapeamento constante do que está causando estresse, como prazos apertados demais, falta de retorno sobre o trabalho e conflitos entre pessoas, e corrigir essas situações.​

Ambiente de Trabalho Faz Toda a Diferença

A cultura da empresa define se os funcionários vão se sentir à vontade para pedir ajuda. Lugares onde falar sobre saúde mental é normal têm muito menos estigma e mais gente procura os programas de apoio. A consultoria Mercer aponta três elementos essenciais: líderes que entendem e apoiam, valores da empresa bem definidos e bem-estar como parte da estratégia do negócio.​

Quando os chefes mostram que também são humanos e têm dificuldades, incentivando pausas e descanso, o time todo se sente mais seguro para fazer o mesmo. Redes de apoio que funcionam incluem grupos onde pessoas com interesses parecidos se encontram, programas de mentoria entre colegas e canais anônimos para denunciar assédio.​

O Hospital Einstein destaca que ambientes saudáveis têm três características: comunicação transparente, reconhecimento frequente do trabalho bem feito e equilíbrio real entre vida pessoal e profissional. Empresas que fazem isso direito veem menos gente saindo do emprego, mais produtividade e economia de até 30% com afastamentos.​

Seguro de Vida Agora Cuida da Saúde Mental

O seguro de vida em grupo para funcionários mudou bastante. Hoje ele vai muito além de proteger financeiramente em caso de morte ou invalidez. As coberturas modernas incluem assistência psicológica, orientação jurídica, telemedicina e programas de bem-estar. A assistência psicológica permite consulta imediata com psicólogo credenciado, ajuda rápida em crises e acompanhamento para problemas leves a moderados.​

Esse tipo de suporte evita que um problema pequeno vire algo grave que precise de meses de afastamento. As seguradoras perceberam que a procura por esse tipo de serviço cresceu e ampliaram o que oferecem. A Prudential do Brasil criou benefícios específicos para quem tem seguro de vida em grupo, com acesso a plataformas de terapia digital e programas para lidar com estresse. A Youse tem orientação psicológica 24 horas por dia, todos os dias da semana, por telefone ou chat. Essas iniciativas transformam o seguro de vida em uma ferramenta para manter bons funcionários e cuidar da saúde completa deles.​

Como Colocar Tudo Isso em Prática

Para fazer mudanças que realmente funcionem, é preciso primeiro entender a situação atual, fazer um planejamento e acompanhar os resultados. O primeiro passo é descobrir como estão as coisas hoje: fazer pesquisa de clima, analisar os atestados médicos e conversar de forma confidencial com as equipes. Com esses dados em mãos, dá para priorizar o que precisa ser resolvido primeiro: sobrecarga de trabalho, falta de reconhecimento, conflitos entre pessoas ou ausência de chances de crescimento.​

Na hora de escolher benefícios, priorize aqueles que oferecem ajuda imediata e preventiva, como o seguro de vida em grupo para funcionários com assistência psicológica incluída. Comunique de forma clara sobre esses recursos, garantindo que todo mundo saiba como usar e que é confidencial. Treine os chefes para conversarem sobre saúde mental sem julgar, sabendo identificar sinais de alerta e encaminhar para ajuda profissional quando necessário.​

Acompanhe números como quantas pessoas estão se afastando, quantas estão saindo da empresa, como está o engajamento e quantas pessoas estão usando os programas de bem-estar. Ajuste o que não estiver funcionando e envolva os funcionários nas decisões sobre melhorias no ambiente de trabalho. A consultora Thatiana Cappellano reforça que é preciso ir além de soluções temporárias: “É necessário ir além de soluções paliativas e transformar processos, modelos de gestão e relações interpessoais”. Empresas que investem de verdade em prevenção constroem equipes mais fortes, produtivas e comprometidas, enfrentando o desafio da saúde mental com seriedade e pensando no longo prazo.